quinta-feira, 16 de agosto de 2012

da verdade...


 
“(…) com efeito, só enquanto a coragem ousa atirar-se para a frente é que, segundo o grau de força, alguém se aproxima da verdade.
Para o forte, o conhecimento, o dizer sim à realidade é uma necessidade tal como, para o fraco, sob a inspiração da fraqueza, também é uma necessidade a cobardia e a fuga perante a realidade – o «ideal»...  A estes não está patente o conhecer: os décadents precisam da mentira, esta é uma das condições da sua conservação. 
Quem não só compreende a palavra «dionisíaco», mas se compreende a si na palavra «dionisíaco», não necessita de qualquer refutação de Platão, ou do cristianismo, ou de Schopenhauer – fareja a putrefacção...” 
 Friedrich Nietzsche, Ecce Homo, Como se chega a ser o que se é.      Nietzsche, doc.

quarta-feira, 1 de agosto de 2012

do lugar de sempre...

 
Volta-se ao lugar de sempre, ao lugar onde se sente que, se tu estivesses, nada mais se haveria de querer.
Volta-se ao lugar onde nunca estiveste.
Saberás que há sempre a presença da tua ausência, ainda que já demasiado ténue?
Volta-se ao lugar onde se sente que se está só, ainda que sem solidão.
Volta-se ao lugar onde, na calma das águas, no sossego e silêncio das gentes, se pensa no que nos falta.
Volta-se ao lugar onde a cada regresso se agradece a alegria, a paz, e a generosa soma dos dias.
Volta-se ao lugar onde mesmo sem ti, se é feliz, ainda que de forma pequena.
Soubesse-se explicar o que se sente a cada regresso...